CRÍTICA: Star Wars – A Ascensão Skywalker

O último capítulo da saga Star Wars vem com a preciosa missão de concluir o arco de oito filmes, iniciado em 1977. Sem se arriscar muito, A Ascensão Skywalker cumpre seu objetivo e corrobora mais uma vez que nem tudo é perfeito em Star Wars.

Trazendo de volta logo de cara O Imperador – e sem muitas explicações – acompanhamos a etapa final da batalha entre A Resistência e a Primeira Ordem, bem como o desenrolar do conflito entre Rey, ainda em conflito interior com a Força, e Kylo Ren, sucumbindo aos esforços de Rey. O ritmo é bem acelerado e temos que nos contentar com explicações rasas provenientes de diálogos aleatórios dos personagens.

A carismática equipe d’A Resistência, Rey (Daisy Ridley), Finn (John Boyega), Poe (Oscar Isaac), BB-8, R2 e C3-PO embarcam na jornada final até o Imperador Palpatine (Ian McDiarmid) para impedir de uma vez por todas a emancipação do lado sombrio da Força.

O retorno de J.J. Abrams – que esteve fora de Os Últimos Jedi – traz de volta o contexto todo sombrio e a fotografia azulada que víamos em O Despertar da Força. Dividindo o roteiro com Chris Terrio, o diretor mantém o pé no freio e entrega poucas novidades aos fãs, com exceção de um ou dois plot twists que animam o expectador até o final da película. As soluções algumas vezes soam superficiais e a Força é a grande justificativa pra tudo o que acontece em tela.

De qualquer forma, somos levados até a conclusão épica que foi prometida por todo o marketing do filme. E uma vez mais, o gostinho de quero mais sempre fica no ar. Os últimos minutos são tensos e emocionantes, com algumas surpresas bem-vindas e outras nem tanto.

No entanto, em diversos momentos temos a sensação de estar em um filme que já vimos, sobretudo nas batalhas estelares lideradas por Poe. E, convenhamos, a história já não tem mais para onde recorrer nesse quesito, se limitando a inflar a sensação de perigo com mais naves e máquinas destruidoras de planetas.

A relação de Rey e Kylo Ren se estreita cada vez mais e, à medida que somos levados ao desfecho, vemos o crescimento da personagem e os esforços de Adam Driver de entregar um vilão que convença. O destaque vai para uma das cenas que particularmente mais me chamou atenção – a luta dos personagens na antiga Estrela da Morte, sem trilha sonora, apenas apoiada no barulhos das ondas do mar e sabres sendo manipulados no ar.

No fim das contas, o grande impasse da nova trilogia Star Wars foi, desde o início, convencer o público e fãs a abraçar o futuro e desapegar dos personagens antigos que marcaram época. Aqui, mais uma vez, temos que ter consciência disso e aceitar a proposta do estúdio para a geração atual. A Ascensão Skywalker é um filme bem resolvido, que cumpre o que se propõe a fazer, sem sair da sua zona de conforto e arriscando o mínimo possível para se precaver da reação fervorosa dos fãs mais assíduos. Deu certo? Aí já é outra história.

Star Wars: The Rise of Skywalker (EUA, 2019)
Ficação/Ação/Aventura
182 minutos
Roteiro de Chris Terrio e J.J. Abrams
Direção de J.J. Abrams

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